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Nem os ‘loucos’ errarão o caminho

Nem os ‘loucos’ errarão o caminho

“E ali haverá uma estrada, um caminho, que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para aqueles; os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão” ( Is 35:8 )

Há uma onda crescente de cristão se auto intitulando ‘loucos’ por Cristo. É corrente esta atitude à luz das escrituras?

O apóstolo Paulo argumentou que o mundo não conheceu a Deus por sua própria sabedoria ( Jo 1:10 ; 1Co 1:21 ), pois para os judeus Jesus era escândalo e, para os gregos, loucura ( 1Co 1:23 ). Porém, o fato é que Jesus é poder e sabedoria de Deus, sendo que, o que os homens ignorantes denominam ‘loucura’ é muito mais sábio que a sabedoria dos homens ( 1Co 1:25 ).

Para os que perecem a palavra da cruz de Cristo é loucura, mas para os que creem, poder de Deus ( 1Co 1:18 ). Diante do evangelho de Cristo, o sábio, o escriba e o inquiridor deste século, tiveram a sua sabedoria e inteligência destruídas, visto que Deus salva os crentes pela pregação, a qual os sábios e escribas chamam de loucura “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” ( 1Co 2:14 ).

Certa feita o apóstolo Paulo disse que os apóstolos eram loucos por amor a Cristo ( 1Co 4:10 ), e de modo irônico, evidenciou como prova o fato de os apóstolos não serem sagazes como eram alguns dos seus interlocutores, visto que alguns cristão se diziam fortes, ilustres, nobres, enquanto os apóstolos eram fracos, vis, desprezíveis ( 1Co 4:10 ).

Diferente de muitos, os apóstolos sofriam fome, sede, nudez, injurias e não possuíam pousada certa. Além de se deixarem gastar em prol do evangelho, se fatigavam no trabalho diário e, quando injuriados, bendiziam; se eram perseguidos, resignavam-se em sofrer; quando difamados, consolavam. Atitudes como estas ou é demonstração de amor por Cristo, ou desvairo ( 1Co 4:10- 13).

O termo ‘loucura’ foi utilizado para expressar o grau de comprometimento que os apóstolos tinham ao servir a Deus, porém, apesar da aparente loucura para os que estavam de fora, eles conservavam o juízo em função dos cristãos, visto que o amor de Cristo os constrangia “Porque, se enlouquecemos, é para Deus; e, se conservamos o juízo, é para vós” ( 2Co 5:13 ).

Poucos querem sofrer as agruras que os apóstolos suportaram por causa do evangelho, porém, querem gloriar-se quando se apresentam como ‘loucos’ ( 2Co 5:12 ).

Os erros, as incoerências, as discrepâncias, as falsas doutrinas, etc., decorrem da má interpretação que fazem da Bíblia. E, tanto mais a passagem bíblica é citada, quanto mais é divorciada do seu contexto.

Há muitos que dispõe de uma facilidade sobrenatural em citar as escrituras fora do contexto, a exemplo do que fazem com as frases seguintes: ‘E um ao outro ajudou e ao seu companheiro diz esforça-te’; ‘maldito o homem que confia no homem’; ‘a letra mata, mas o espírito vivifica’, ou ‘nem os loucos errarão o caminho’, etc.

Quem são os loucos que não errarão o caminho? Qual é a loucura em questão? Que dizer da citação de Isaías 38, verso 8: “E ali haverá uma estrada, um caminho, que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para aqueles; os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão” ( Is 35:8 ). As respostas para estas questões devem ser fornecidas pela Bíblia. Não podemos aquiescer de uma resposta fora das Escrituras.

O termo hebraico traduzido por ‘louco’ no verso em comento diz de estultícies, imprudência, daquele que é avesso à prudência, ao entendimento, ou seja, não diz do resultado da doença mental, a insânia.

É renitente os profetas de Deus definirem o povo de Israel de estultos por causa da teimosia e rebeldia.

Dentre eles, vaticinou o profeta Jeremias que havia loucura nos profetas, pois não foram enviados por Deus ( Jr 23:21 ). Os profetas falavam segundo a imaginação de suas mentes ( Jr 23:26 ), engendravam e anunciavam mentiras segundo os seus corações “Nos profetas de Samaria bem vi loucura; profetizavam da parte de Baal, e faziam errar o meu povo Israel (…) Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que entre vós profetizam; fazem-vos desvanecer; falam da visão do seu coração, não da boca do SENHOR” ( Jr 23:13 e 16).

O profeta Isaías demonstra que Deus mesmo transtornava os inventores de mentiras, convertendo em loucura a sabedoria deles “Que desfaço os sinais dos inventores de mentiras, e enlouqueço os adivinhos; que faço tornar atrás os sábios, e converto em loucura o conhecimento deles” ( Is 44:25 ).

O salmista também fez referência aos loucos: “DISSE o néscio no seu coração…” ( Sl 53:1 ). Num primeiro momento poderia se imaginar que os néscios são os ateus, porém, o contexto diz de pessoas que se alimentavam do povo de Deus como se fossem pão. Este salmo aponta como néscios os lideres de Israel, pois embora tivessem contato com a verdade, cometiam a loucura de negligenciá-la “Acaso não têm conhecimento os que praticam a iniquidade, os quais comem o meu povo como se comessem pão? Eles não invocaram a Deus ( Sl 53:4 ).

O apóstolo Paulo após citar o Salmo 53 para demonstrar que tanto judeus quanto gentios estão debaixo do pecado ( Rm 3:9 ) concluiu dizendo que ‘tudo o que a lei diz, diz aos que estavam sob a lei’, para que os judaizantes entendessem que os judeus também se desviaram e não buscavam a Deus “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus” ( Rm 3:19 ).

Neste sentido, vários salmos protestavam contra o povo de Israel rotulando-os de loucos: “Disse eu aos loucos: Não enlouqueçais, e aos ímpios: Não levanteis a fronte” ( Sl 75:4 ); “O homem brutal não conhece, nem o louco entende isto” ( Sl 92:6); “Atendei, ó brutais dentre o povo; e vós, loucos, quando sereis sábios?” ( Sl 94:8 ).

O profeta Jeremias não passou vontade de chamá-los de loucos: “Deveras o meu povo está louco, já não me conhece; são filhos néscios, e não entendidos; são sábios para fazer mal, mas não sabem fazer o bem” ( Jr 4:22 ); “Eu, porém, disse: Deveras estes são pobres; são loucos, pois não sabem o caminho do SENHOR, nem o juízo do seu Deus” ( Jr 5:4 ); “Mas eles todos se embruteceram e tornaram-se loucos; ensino de vaidade é o madeiro” ( Jr 10:8 ).

Porém, em certas profecias Deus promete que chagaria um tempo de refrigério para o povo de Israel. Neste dia ‘nem os loucos errarão o caminho’, ou seja, nem o povo que era cego e surdo, que era contumaz em desviar-se do caminho do Senhor, indo após os seus próprios pensamentos, hão de errar caminho! ( Is 65:2 ; Is 59:10 ).

A passagem bíblica de Isaías 35 faz referencia à restauração de Israel, tempo em que nem o povo que é de dura cervís se desviará do Senhor “Disse mais o SENHOR a Moisés: Tenho visto a este povo, e eis que é povo de dura cerviz” ( Êx 32:9 ).

Os ‘loucos’ que não errarão o caminho diz do povo de Israel. O termo ‘louco’ refere-se a estultície de Israel, das falsas esperanças dos imprudentes que não se firmavam em Deus, pois tinham contato com a verdade, mas preferiam a mentira. Seguiam os desvarios dos seus corações e as instruções errôneas dos videntes e sacerdotes que também profetizavam segundo os seus corações corrompidos.

Eles nunca mais errarão o caminho porque deixarão de ser guiados pelos seus profetas mentirosos “Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito e que nada viram!” ( Ez 13:3 ); “Chegarão os dias da punição, chegarão os dias da retribuição; Israel o saberá; o profeta é um insensato, o homem de espírito é um louco; por causa da abundância da tua iniquidade também haverá grande ódio” ( Os 9:7 ).

Dos videntes e dos sacerdotes Deus sempre dizia: “Porquanto fizeram loucura em Israel, e cometeram adultério com as mulheres dos seus vizinhos, e anunciaram falsamente, em meu nome uma palavra, que não lhes mandei, e eu o sei e sou testemunha disso, diz o SENHOR” ( Jr 29:23 ).

A ‘loucura’ dos ‘loucos’ de Israel estava em juntamente seguirem o que Deus não ordenara e, anunciarem o que Deus não dissera. Este era o adultério que Deus condenava veementemente. Observe que a mulher estranha utiliza-se das suas palavras para fazer com que o povo se desviasse da aliança de Deus “Para te afastar da mulher estranha, sim da estranha que lisonjeia com suas palavras; Que deixa o guia da sua mocidade e se esquece da aliança do seu Deus” ( Pv 2:16 -17).

Por interpretar estas passagens do ponto de vista moral e comportamental, o povo de Israel distinguia-se dos outros povos pela sua elevada religiosidade e moralidade, porém, honravam a Deus só com mandamento de homem, mas estavam longe da sua palavra “Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído” ( Is 29:13 ); “Ouvi-me, ó duros de coração, os que estais longe da justiça” ( Is 46:12 ).

Eles eram loucos porque estavam em um caminhos que os conduzia à destruição. O caminho deles era segundo a estultícia deles, porém, os filhos seguiam as palavras de seus pais e se sujeitavam ao mesmo caminho e perdição “Este caminho deles é a sua loucura; contudo a sua posteridade aprova as suas palavras” ( Sl 49:13 ).

Bastava dar ouvidos à palavra do Senhor que deixariam de ser loucos e alcançariam a salvação de Deus “Escutarei o que Deus, o SENHOR, falar; porque falará de paz ao seu povo, e aos santos, para que não voltem à loucura” ( Sl 85:8 ).

É por causa desta realidade que Jesus nomeia os fariseus, escribas, saduceus e o povo de loucos, néscios “Loucos! Quem fez o exterior não fez também o interior?” ( Lc 11:40 ). Com esta atitude, além de repreender seus interlocutores, Cristo estava se identificando como a autoridade que falou por intermédio do profetas. Pois enquanto os profetas falavam em nome do Senhor, Cristo diretamente nomeava os líderes religiosos de loucos Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro, ou o templo, que santifica o ouro?” ( Mt 23:17 ).

Até mesmo os dois discípulos que estavam no caminho de Emaus, por não crerem em tudo oque os profetas disseram, foram chamados de loucos “E ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!” ( Lc 24:25 ).

O apóstolo Paulo deixa claro que os líderes de Israel eram instrutores dos néscios e, que os cristãos não deviam seguir a doutrina dos judeus, que eram faltos de entendimento do Espírito “Instrutor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei” ( Rm 2:20 ); “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios” ( Ef 5:15 ).

Jesus chamou o povo de raça de víboras, devido ao vinho da qual era participante “O seu vinho é ardente veneno de serpentes, e peçonha cruel de víboras” ( Dt 32:33). Como o caminho que estavam era de destruição, Deus antecipadamente já os nomeava de Sodoma e de Gomora, pois o juízo já estava estabelecido “Eu vos digo, porém, que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti” ( Mt 11:24 ); “Ouvi a palavra do SENHOR, vós poderosos de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra” ( Is 1:10 ); “Mas nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, e andam com falsidade, e fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, e os seus moradores como Gomorra” ( Jr 23:14 ).

O erro persiste, pois muitos hoje se dizem cheios do Espírito, profetizam, operam sinais e maravilhas, orientam seus seguidores a serem cheios do Espírito, no entanto, não conseguem discernir que o vinho que o apóstolo Paulo veta aos cristãos diz do vinho profetizado por Moisés, vinho que um povo louco era participante:

“Recompensais assim ao SENHOR, povo louco e ignorante? Não é ele teu pai que te adquiriu, te fez e te estabeleceu? (…) Porque são gente falta de conselhos, e neles não há entendimento. Quem dera eles fossem sábios! Que isto entendessem, e atentassem para o seu fim! (…) Porque a sua vinha é a vinha de Sodoma e dos campos de Gomorra; as suas uvas são uvas venenosas, cachos amargos têm. O seu vinho é ardente veneno de serpentes, e peçonha cruel de víboras” ( Dt 32:6 ; 28 -29 e 32- 33).

Deste vinho também disse o profeta Isaías: “Mas também estes erram por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham; até o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se por causa da bebida forte; andam errados na visão e tropeçam no juízo (…) Tardai, e maravilhai-vos, folgai, e clamai; bêbados estão, mas não de vinho, andam titubeando, mas não de bebida forte” ( Is 29:7 e 9).

Em nossos dias muitos se dizem cheios do Espírito, mas se fosse verdade, seriam capazes de compreender e interpretar as Escrituras (Salmos, Profetas e a Lei) do mesmo modo que o apóstolo Pedro, que após ser revestido de poder, anunciou Cristo aos seus compatriotas utilizando-se dos salmos ( At 2:30 -35).

Não é possível estarem cheios do poder e desconhecer que o vinho da contenda diz da doutrina dos ‘loucos’ ( Ef 5:18 ). É impossível ‘nadar’ no Espírito e desconhecer que os sensuais, carnais e que causam dissensão, contenta, são os que não têm o Espírito que vivifica ( Jd 1:19 ). Ou pior, desconhecer que a ‘letra’ que mata diz da doutrina dos ‘loucos’, do vinho da contenda, da instrução dos carnais que se baseiam na velhice da antiga aliança e não no evangelho ( 2Co 3:6 ).

“O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica ( 2Co 3:6 );

“O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida ( Jo 6:63 ).

Qualquer que não reconhece que o Espírito que vivifica diz de Cristo, o poder de Deus, o Verbo encarnado, o Espírito de profecia, a palavra que procede da boca de Deus, a fé foi manifesta, etc. ( Dt 8:3 ; Hc 2:4 ; Is 55:3 ; Gl 3:23 ; Ap 19:10 ), não é de Cristo, ainda que possua aparência de santidade, humildade e de culto aos anjos ( Cl 2:23 ).

Como alguém cheio do Espírito, visto que ser cheio (pleno) do Espírito é o mesmo que ter a palavra de Deus habitando abundantemente o seu ser ( Cl 3:16 ; Ef 5:18 -19 ; Ef 3:19 ), desconhece que as palavras de Cristo é o Espírito que vivifica? “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida” ( Jo 6:63 ).

As pessoas que comparam comportamento com comportamento e pessoas com pessoas, desconhecem que comparar coisas espirituais com as espirituais significa comparar as palavras de Cristo, que é Espírito, com a palavra dos profetas, porque o Espírito de profecia, que é Cristo, falava através dos profetas ( 1Co 2:13 ; 1Pe 1:11 ).

O que aprenderam do Espírito Santo? Com pode o Espírito de Deus estar neles se não compreendem as escrituras?

“Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós” ( Mt 10:20 );

“Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir” ( Jo 16:13 ).

Será que aprenderam do Espírito Santo que o homem maldito não é o que confia no seu próximo, antes aquele que confia em si mesmo? Será que não percebem que o homem que confia na força do seu braço e rejeita a força, a salvação, do Senhor diz dos loucos de Israel? ( Jr 17:5 ; Pv 6:16 e 19).

Nada aprenderam do Espírito, visto que não seguem a recomendação de não ir além do que está escrito ( 1Co 4:6 ). Vão de mal a pior, pois seguem o desvario de suas mentes carnais, uma vez que estão ‘inchados’ em sua carnal compreensão ( Cl 2:18 ).

Por causa destes erros é que o apóstolo João alertou: “AMADOS, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” ( 1Jo 4:1 ).

Após observamos que o termo ‘louco’ aplica-se aos judeus pela sua estultice em rejeitar a palavra de Deus, conclui-se que não é coerente um cristão se auto intitular louco, pois o apóstolo Paulo dá orientações aos cristãos para que evitassem comportamentos que levassem a tal impressão por partes dos não crentes “Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?” ( 1Co 14:23 ).

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